Mark é um escultor, mas como muitos londrinos, está tendo muita dificuldade de se manter com sua arte. Além das dificuldades financeiras ele se sente sem inspiração, suas obras tem ficado sem vida. Uma noite um homem bate a sua porta dizendo que quer encomendar uma escultura. Quem será esse misterioso mecenas?
Esta, na minha opinião, é a melhor história do Labirinto. Eu vejo uma linha clara ligando meu roteiro 56 - A Comédia em Noite de Tragédia e esta história por causa do enfoque em arte e obsessão. A linha continua depois com a história 82 - Eclipse gravada depois do final do programa, já que as três se passam em Londres. Não sei se o Haqeen tirou o roteiro de algum lugar ou se veio inteiramente de sua cabeça, mas eu achei fantástico.
Arcano9
Obrigado, Arcano! Sim, obsessão, processo criativo, transcendência através da própria obra, são temas de outras histórias do Labirinto. Lembrando também a história 7-Kaliban que mistura religião e arte, reforçando a o poder da obra em elevar o homem – e a vida – à esfera espiritual.
Na semana anterior da minha entrega de roteiro eu estava bem desinspirado. Geralmente, àquela altura, eu já teria uma boa ideia sobre o que eu ia escrever, mesmo que não tivesse começado. Aquela falta total de ideias estava começando a me deixar angustiado. No final de semana eu tinha um encontro de família e algo me dizia que a tal ideia iria surgir daquele encontro. Lá pelas tantas da conversa, uma prima comentou que havia visto no jornal sobre o curioso caso de um túmulo de um escultor que era decorado com uma estátua do próprio escultor. Imediatamente aquilo me bateu como uma eureca: aquele era o tema que o universo havia me mandado!
Na época não sabia que iria morar em Londres (até com o próprio Arcano!). Mas também não lembrei de visitar "Todas as Almas", cujo nome eu tirei de um mapa (de papel) da capital inglesa. Não havia internet na época...
As principais inspirações desta história foram os filmes "Amadeus"(1984), quando Mozart acredita escrever seu próprio Requiem, e "Coração Satânico"(1987), de onde tirei a ideia do “Luís C. Ferrer”. Dois filmaços!
O nome Mark Knoff é inspirado em Mark Knopfler, vocalista do Dire Straits.
A campainha do apartamento de Mark era um sinal que havia no estúdio da Rádio USP, onde gravávamos.
Estávamos bastante afiados nas interpretações naquela altura do Labirinto. O Neanderthal em pitchdown como narrador não é algo que preferíamos, mas até que não atrapalhou tanto dado o contexto de falta de opção...
Esta foi, a rigor, minha última história do Labirinto enquanto programa. A Coratus, a mim creditada, era uma adaptação de um roteiro do Hugh do qual perdemos a gravação.
A trilha de abertura e fechamento da aventura é Lacrimosa do Requiem de Mozart. Amém!
Haqeen